terça-feira, 26 de junho de 2012

A bendita sacolinha

Parece uma questão interminável...
Para mim sempre pareceu natural que a medida de não distribuir "de grátis" as benditas fosse tomada em algum momento. Talvez porque nas minhas pouquíssimas viagens internacionais, em todo país já fosse assim. Você quer sacola, você compra. Se não leva na sua bolsa, leva uma mochila de casa, enfim, se vira.

Mas ultimamente eu não tenho sido muito de aceitar as coisas como naturais e tenho tido uma curiosidade de ouvir opiniões diversas. Quando pela primeira vez ouvi alguém perguntar "e como é que faz com o lixinho do banheiro e da cozinha? e para catar o cocô do cachorro?", pensei que eram argumentos interessantes. Do outro lado, não ouvi respostas muito convicentes. E agora, José?

O argumento de defesa do consumidor contra um ganho de lucratividade dos supermercados me parece um falso argumento. É uma visão de curto prazo. Isso é, estão dizendo que os supermercados vão lucrar mais porque agora não tem de dar a sacolinha, e estão vendendo a retornável. O contrargumento é que, no longo prazo, pelo setor varejista ser muito concorrido, em especial em preços, alguém irá jogar essa margem para os preços e todo mundo terá de seguir para competir. Faz sentido. O que não faz sentido é, se a sacolinha for mesmo a praga que é, não achar outra solução pelo "direito do consumidor".

Outro dia o onipresente presidente do Instituto Akatu, que dá umas vinte entrevistas por dia, tava falando sobre os lixinhos. A idéia dele é fazer aqueles "sacos" de papel reciclável ou, como os lixinhos são de plástico duro, deixar de usar os saquinhos e lavar os lixinhos de tanto em tanto tempo. Não pude controlar o pensamento "esse cara tem uma empregada que vai fazer isso para ele...".

Tudo considerado, acho que passa por um princípio básico de finanças públicas: externalidades. Se alguma atividade econômica traz externalidades negativas, isso é, traz más consequências que não são arcadas pelos participantes do negócio (e sim pela sociedade como um todo), essa atividade deve ser desestimulada. O que dizer de incentivada! Dar sacolinhas plásticas é incentivar uma atividade que traz fortes externalidades negativas. Não faz sentido. Se a gente quer usar a sacolinha no lixinho ou para catar o cocô do cachorro, beleza; mas que paguemos por isso. Receber de graça significa não controlar, usar mais do que o necessário, por 2 ou 3 sacolinhas para não vazar, jogar fora porque uma alça quebrou e coisa do tipo. Pagando, se controla mais e, se for o caso, buscar outras soluções. Mas buscar porque se escolheu assim. Eu não baniria as sacolinhas; só colocaria um preço não irrisório para quem quiser comprá-las.


Não ter a sacolinha nem para vender é um problema. Muitas vezes estou no meio do caminho e só preciso comprar uns 2 ou 3 itens. Mas não levei a sacola retornável e não vou comprar outra só para 3 ou 4 itens. Nem vou carregar na mão. Aí não passo; eu fico sem, o supermercado não vende.

3 comentários:

  1. putz..eu acho que esse argumento de que "é uma jogada das redes para economizar" é proferido por quem não consegue enxergar além da página 05..vejo que as perdas para as lojas são maiores, justamente pelo o que vc falou: acabaram as compras por impulso..mesmo dentro da loja, vc se vê calculando se dá para levar o que quer...

    acho que a melhor solução é o que já fazem a maioria dos países europeus (ah vá..)..paga-se um valor qualquer (sei lá R$ 0,50) por sacolinha...para cobrir os impactos economicos (produção, distribuição, descarte) delas..

    abs

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  2. concordo 100%...mesmo custando pouco, digamos, 20 centavos, já incute na cabeça do cidadão de que é algo para economizar...e tasca um tributo em cima para cobrir os custos,como vc falou...

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  3. Também concordo... Acho que é por aí. Bjs Anne

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