quinta-feira, 17 de março de 2011

Godfather

Cena do filme "O Poderoso Chefão" (The Godfather). As cinco famílias da máfia de Nova York estão em guerra. Tudo começou após um atentado à vida de Vito Corleone (Don Corleone), como tentativa de fazer que seu filho Sonny, próximo na escala hierárquica, aceitasse uma proposta de negócios. Enquanto Vito ainda estava no hospital, seus filhos entenderam que a única maneira de proteger a vida do seu pai era matar esse chefe do crime que estava por trás da tentativa de assassinato. Michael, o filho mais novo, encarregou-se da tarefa e, por também ter tido que matar um capitão da polícia que atuava como guarda-costas desse chefe do crime, teve de fugir e se refugiar na Itália. Muitas coisas aconteceram e, quando Vito conseguiu retomar o controle da família, decidiu que sua prioridade seria trazer Michael de volta aos Estados Unidos. Para isso, ele convoca uma reunião com os chefes de todas as famílias para propor a trégua. É essa a cena a qual vou me referir.

Na reunião, pontos de vista são expostos, um quer uma coisa, outro quer outra; para alcançar a "paz", Vito aceita a sua participação nos negócios que, inicialmente, tinha recusado, contrariando, inclusive, seus próprios princípios. Mas negocia seus termos, dizendo que seu filho Michael, que está foragido, está retornando para casa, e ele quer que isso aconteça em segurança. E, com a sua sabedoria, acrescenta (eu não lembrava exatamente as palavras, mas achei melhor copiar o texto como é) "mas eu sou um homem supersticioso; se algum acidente infeliz acontecer a ele - se ele receber um tiro na cabeça de um policial, se ele se enforcar na sua cela da prisão, até se um raio cair nele, então eu vou culpar alguém dessa sala, e isso é imperdoável. Tirando isso, juro pela alma dos meus netos que não serei eu a quebrar a paz que nós estabelecemos hoje".

Lembrei dessa cena em uma conversa que tive recentemente. No contexto do filme, claro que isso tem a ver com o 'modus operandi' da máfia (ou pelo menos com a imagem da máfia que nos chega por livro e tevê): aquela de "fazer as coisas parecerem como acidentes". Vito não podia correr nenhum risco de alguém facilitar, de nenhuma maneira, algo que pudesse causar a morte de seu filho. E ele precisava encontrar uma maneira de deixar isso claro, de tornar todos que estavam naquela sala responsáveis pela segurança do seu filho, sob risco de quebrar a paz que estava estabelecidda - e o fez de forma brilhante.

E o link com essa cena que apareceu na conversa que tive recentemente é o mesmo link que já me apareceu outras vezes. Há situações que realmente não importa a intenção: não importa se a pessoa que fez a cag* quis fazer, se ela só foi descuidada, se ela só teve azar. Tem horas que a gente não tem - ou não pode se dar ao luxo de ter - a energia para descobrir; muitas vezes não é nem possível. Mas se a hipótese mais benevolente para uma pessoa que só faz cag*, ou só se dá mal, é que ela é "muito azarada" - bom, sai com seu azar para lá! Já trabalhei com pessoas assim, já tive "amizades" assim, e é uma m*...tem uma hora que vc não quer saber, e tudo o que você pode fazer é manter distância - assim como Vito Corleone não podia correr o risco de ver seu filho morto para depois tentar descobrir se alguém teve algo a ver com isso. Afinal, "i am a superstitious man...'

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